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Brasília, Brazil
Professor de Filosofia (Bacharel e Licenciado UFSC). Pós graduado em Metodologia do Ensino Interdisciplinar. Psicanalista.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

A Liberdade como fundamento da ética aristotélica e do pensamento existencialista sartriano.

A primeira grande filosofia da liberdade é exposta por Aristóteles em sua obra Ética a Nicômaco, a qual, com variantes, permanece através dos séculos, chegando até o século XX, quando foi retomada por Jean-Paul Sartre. 
          Para Aristóteles, a liberdade é um ato de autodeterminação (ação deliberada) com o qual o homem dá a si mesmo os motivos e os fins de sua ação, sem ser constrangido ou forçado por ninguém. 
          Na Ética a Nicômaco, Aristóteles define o ato voluntário como princípio de si mesmo. Portanto, para esse filósofo, tanto a virtude quanto o vício dependem da vontade do indivíduo. Para este pensador a liberdade só era possível aos homens livres, ficando de fora as mulheres e os escravos.
          Sartre, na sua obra o "Existencialismo é um Humanismo", discute a questão da liberdade como sendo uma questão de ética, pois implica a responsabilidade para com os outros
          É o exercício da liberdade, em situações concretas, que move o ser humano, que gera incerteza, que leva à produção de sentidos, que impulsiona a ultrapassagem se certos limites.
          O existencialismo ateu de Jean-Paul Sartre acredita que o livre-arbítrio é inerente à essência do homem e, como "a
existência precede a essência", o homem é um ser capaz de autodefinição, e portanto totalmente livre em sua ação, que é em si construtora da existência. 
          Para melhor entendermos a famosa frase, "a existência precede a essência", que é fundamento do existencialismo ateu sartriano, e saber o que isso significa, leiamos o próprio Sartre na obra acima citada: "... o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e só depois se define. O homem, tal como o concebe o existencialista, se não é definível, é porque primeiramente não é nada. Só depois será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer [construirá a sua essência]. Assim, não há natureza humana, visto que não há deus para a conceber [criar previamente um conteúdo essencial antes de existirmos]. O homem é, não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que ele seja, como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso para a existência; o homem não é nada mais que o que ele faz [suas ações são seu construir essencial pós existir]. Tal é o primeiro princípio do existencialismo".
          A partir disso qual seria a diferença entre o ser humano e as coisas? É que só ele é livre, porque nada mais é do que seu próprio projeto.
           O que acontece ao indivíduo quando se percebe "para-si", aberto à possibilidade de construir ele próprio a sua existência? Descobre que não há essência ou modelo para orientar o seu caminho e que o futuro encontra-se disponível e aberto; portanto estás irremediavelmente "condenado a ser livre".
           

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